terça-feira, 3 de novembro de 2009

Botequim 4

É isso ai, eu escrevi e como sempre não revisei, coisa normal de minha pessoa... Então fica ai, escretio nas coxas mesmo e seja o que Deus quiser.

Ser Bom ou ser Trouxa.

Muitas pessoas ao sabem, ou fingem ignorar o fato de que existe uma grande diferença entre você ser bom e ser feito de bobo.
Outro dia conversava com o pessoal do escritório que estava resumida em três pessoas no momento, sobre quando você esta comendo algo e oferece ou não oferece aos conhecidos por perto.
A questão se levantou pelo fato de que eu geralmente compro um chocolatinho, praticamente todos os dias, e não ofereço. Mas, as vezes compro uma barra e divido com o pessoal, ou umas balinhas. A questão é que eu disse na cara de pau de que não tinha obrigação mesmo de oferecer se eu não tinha intenção mesmo de dividir, principalmente quando é só um bombom. Não há nenhum morto de fome no escritório para que não possa comprar seus próprios doces, tanto que cada um geralmente tem seu pacote de bolacha, e as vezes até trocamos umas bolachinhas diferentes.
Ai surgiu a questão de um funcionário que chegou ao escritório e todos os dias tomava seu café com a bolacha e a manteiga alheia sem se importar de repor. O dono das coisas ficou fulo da vida. Não pelo fato de alguém ir lá pegar, eu às vezes fazia isso também, mas pelo fato de que a pessoa estava sempre de prontidão a bicar o lanchinho dos outros, mas não se preocupava em comprar nada ou repor o que havia consumido.
Ai entra a questão, de você ser bom e ser explorado.
Tenho uma prima, que ela sim é feliz. Ela faz o que todo mundo quer fazer, mas a etiqueta proíbe até a morte. Falando ainda em comida, ela odeia dividir o que esta comendo. Principalmente quando a pessoa que pede tem condições de comprar o que consumir, mas esta ali a postos com a boca escanrada pra pedir. Não pense que ela é avarenta ou coisa parecida. Quando ela pode, compra a mais e divide ou até empresta o dinheiro pra pessoa ir ali comprar. Porque afinal de contas, pedir um gole do yacute e uma colherada do danoninho é o fim da picada.
E tivemos a oportunidade de uma viagem onde surgiu essa discussão desse defeito ou qualidade, que ela tem. Uma tia observou que isso essa avareza, e ela deveria dividir suas coisas com os mais necessitados. Ai ela disse algo que eu nunca vou esquecer.
“E se Jesus te pede algo em forma de mendigo? Você vai negar comida ao filho de Deus.”
Como a tia não é minha, fiquei quieta. Por um tempo.
Pensei comigo. Primeiro que minha prima estuda no centro de São Paulo na Santa Cecilia, eu trabalho na Republica. Se formos dar comida ou dinheiro a todos os mendigos que nos pedem, logo estaremos passando fome também ou mendigando. Segundo, eu não creio que Jesus vá descer a terra pra testar as pessoas pedindo comida. Terceiro, como diz a Biblia, Deus sabe o que cada um tem no coração, e sabe que o fato de você não ser 100% bonzinho, não quer dizer que você esteja condenado ao inferno. Creio que Deus vai te avaliar em conjunto, mas isso é assunto pra outro dia.
Como, não sou de ferro e estávamos falando sobre comida, e das pessoas folgadas, soltei o seguinte.
A uma diferença de você ser bom e ser idiota. Eu trabalhei com pessoas que ganhavam mais do que eu, mas toda vez que eu ia comer ia lá pedir um pedaço, um teco, um gole. Mas nunca vinha me ofecer algo quando ia comer, ou me dar ao menos uma bala. Aprendi a falar não! E falo mesmo, sem dor no coração. Divido com quem divide comigo, essa de dar sem receber nada em troca não esta funcionando comigo, então pra que insistir?
Só sei que depois, eu e minha prima conversando, saiu uma boa observação dela.
O ponto irônico disso tudo é que, a pessoa que chamou minha prima de avarenta, comprava vários itens para si, não oferecia, comia escondido, e ameaçava de morte quem pensasse em pegar. Estranho não?
É como diz o ditado “pimenta nos olhos dos outros, é refresco.”
Saindo um pouco da comida, mas mantendo o ponto.
Você trabalha, estuda, faz ginástica pra tentar manter a forma, come sempre correndo, dorme mal, vive aquela puta vida agitada.
Ai vem, sua mãe pede pra você passar naquela lojinha e comprar tal coisa, você precisa passar na farmácia pro seu pai, seu irmão precisa de ajuda com a lição de casa, sua tia quer aquele seu vestido emprestado, mas você tem que entregá-lo limpo, pra ela usar e depois você ter que lavar de novo, tem sempre um amigo que se você não for naquela balada que você odeia com ele, você entra pra lista negra, ou aquele que solta aquele clássico “você saiu com fulano semana passada, tem que sair comigo nesse fim de semana”. Dane-se se você esta a um passo de virar um zumbi, ou deitar e ser enterrado.


Você tem que sair!
Você tem que fazer companhia!
Você tem que emprestar!
E no fim de tudo você ainda tem que sorrir!
Ai de você se não rir.

Nem todos fazem por mal. A culpa também acaba sendo um pouco sua. Às vezes querendo sempre agradar, você acaba passando aos outros que sempre fará, sempre resolvera e sempre estará lá, quando na verdade as coisas não são bem assim.
Quando o cansaço pega, você se vê a beira de um ataque de nervos. E se você chega a ter um, pode ter certeza que nos próximos meses todos vão achar que você esta louco, viram as costas e vão embora ou te pergunta a cada cinco minutos se esta tudo bem.
Ou vem alguém querendo te puxar pra algum lugar domingo oito horas da noite, dizendo “Vamos, você precisa sair”.
Que Mané sair! Ta louco??????
Morrendo de estafa, querendo saltar da janela do prédio do seu Ap, e ainda vem alguém querendo que você saia?
E você naquela... “Segundona acordo as seis da manhã”.
NÃO rola!
Um ou outro entende que você precisa de espaço, que você precisa de um tempo consigo mesmo pra se organizar.
Falar não às vezes é difícil. Mas é preciso deixar que as pessoas saibam caminhar com as suas próprias pernas.
Ajudar? Sim, claro. Sempre que for possível.