terça-feira, 3 de novembro de 2009

Botequim 4

É isso ai, eu escrevi e como sempre não revisei, coisa normal de minha pessoa... Então fica ai, escretio nas coxas mesmo e seja o que Deus quiser.

Ser Bom ou ser Trouxa.

Muitas pessoas ao sabem, ou fingem ignorar o fato de que existe uma grande diferença entre você ser bom e ser feito de bobo.
Outro dia conversava com o pessoal do escritório que estava resumida em três pessoas no momento, sobre quando você esta comendo algo e oferece ou não oferece aos conhecidos por perto.
A questão se levantou pelo fato de que eu geralmente compro um chocolatinho, praticamente todos os dias, e não ofereço. Mas, as vezes compro uma barra e divido com o pessoal, ou umas balinhas. A questão é que eu disse na cara de pau de que não tinha obrigação mesmo de oferecer se eu não tinha intenção mesmo de dividir, principalmente quando é só um bombom. Não há nenhum morto de fome no escritório para que não possa comprar seus próprios doces, tanto que cada um geralmente tem seu pacote de bolacha, e as vezes até trocamos umas bolachinhas diferentes.
Ai surgiu a questão de um funcionário que chegou ao escritório e todos os dias tomava seu café com a bolacha e a manteiga alheia sem se importar de repor. O dono das coisas ficou fulo da vida. Não pelo fato de alguém ir lá pegar, eu às vezes fazia isso também, mas pelo fato de que a pessoa estava sempre de prontidão a bicar o lanchinho dos outros, mas não se preocupava em comprar nada ou repor o que havia consumido.
Ai entra a questão, de você ser bom e ser explorado.
Tenho uma prima, que ela sim é feliz. Ela faz o que todo mundo quer fazer, mas a etiqueta proíbe até a morte. Falando ainda em comida, ela odeia dividir o que esta comendo. Principalmente quando a pessoa que pede tem condições de comprar o que consumir, mas esta ali a postos com a boca escanrada pra pedir. Não pense que ela é avarenta ou coisa parecida. Quando ela pode, compra a mais e divide ou até empresta o dinheiro pra pessoa ir ali comprar. Porque afinal de contas, pedir um gole do yacute e uma colherada do danoninho é o fim da picada.
E tivemos a oportunidade de uma viagem onde surgiu essa discussão desse defeito ou qualidade, que ela tem. Uma tia observou que isso essa avareza, e ela deveria dividir suas coisas com os mais necessitados. Ai ela disse algo que eu nunca vou esquecer.
“E se Jesus te pede algo em forma de mendigo? Você vai negar comida ao filho de Deus.”
Como a tia não é minha, fiquei quieta. Por um tempo.
Pensei comigo. Primeiro que minha prima estuda no centro de São Paulo na Santa Cecilia, eu trabalho na Republica. Se formos dar comida ou dinheiro a todos os mendigos que nos pedem, logo estaremos passando fome também ou mendigando. Segundo, eu não creio que Jesus vá descer a terra pra testar as pessoas pedindo comida. Terceiro, como diz a Biblia, Deus sabe o que cada um tem no coração, e sabe que o fato de você não ser 100% bonzinho, não quer dizer que você esteja condenado ao inferno. Creio que Deus vai te avaliar em conjunto, mas isso é assunto pra outro dia.
Como, não sou de ferro e estávamos falando sobre comida, e das pessoas folgadas, soltei o seguinte.
A uma diferença de você ser bom e ser idiota. Eu trabalhei com pessoas que ganhavam mais do que eu, mas toda vez que eu ia comer ia lá pedir um pedaço, um teco, um gole. Mas nunca vinha me ofecer algo quando ia comer, ou me dar ao menos uma bala. Aprendi a falar não! E falo mesmo, sem dor no coração. Divido com quem divide comigo, essa de dar sem receber nada em troca não esta funcionando comigo, então pra que insistir?
Só sei que depois, eu e minha prima conversando, saiu uma boa observação dela.
O ponto irônico disso tudo é que, a pessoa que chamou minha prima de avarenta, comprava vários itens para si, não oferecia, comia escondido, e ameaçava de morte quem pensasse em pegar. Estranho não?
É como diz o ditado “pimenta nos olhos dos outros, é refresco.”
Saindo um pouco da comida, mas mantendo o ponto.
Você trabalha, estuda, faz ginástica pra tentar manter a forma, come sempre correndo, dorme mal, vive aquela puta vida agitada.
Ai vem, sua mãe pede pra você passar naquela lojinha e comprar tal coisa, você precisa passar na farmácia pro seu pai, seu irmão precisa de ajuda com a lição de casa, sua tia quer aquele seu vestido emprestado, mas você tem que entregá-lo limpo, pra ela usar e depois você ter que lavar de novo, tem sempre um amigo que se você não for naquela balada que você odeia com ele, você entra pra lista negra, ou aquele que solta aquele clássico “você saiu com fulano semana passada, tem que sair comigo nesse fim de semana”. Dane-se se você esta a um passo de virar um zumbi, ou deitar e ser enterrado.


Você tem que sair!
Você tem que fazer companhia!
Você tem que emprestar!
E no fim de tudo você ainda tem que sorrir!
Ai de você se não rir.

Nem todos fazem por mal. A culpa também acaba sendo um pouco sua. Às vezes querendo sempre agradar, você acaba passando aos outros que sempre fará, sempre resolvera e sempre estará lá, quando na verdade as coisas não são bem assim.
Quando o cansaço pega, você se vê a beira de um ataque de nervos. E se você chega a ter um, pode ter certeza que nos próximos meses todos vão achar que você esta louco, viram as costas e vão embora ou te pergunta a cada cinco minutos se esta tudo bem.
Ou vem alguém querendo te puxar pra algum lugar domingo oito horas da noite, dizendo “Vamos, você precisa sair”.
Que Mané sair! Ta louco??????
Morrendo de estafa, querendo saltar da janela do prédio do seu Ap, e ainda vem alguém querendo que você saia?
E você naquela... “Segundona acordo as seis da manhã”.
NÃO rola!
Um ou outro entende que você precisa de espaço, que você precisa de um tempo consigo mesmo pra se organizar.
Falar não às vezes é difícil. Mas é preciso deixar que as pessoas saibam caminhar com as suas próprias pernas.
Ajudar? Sim, claro. Sempre que for possível.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Botequim 3

Hora de dormir.
Estou escrevendo pelo simples fato de não ter o que escrever. Faz tanto tempo que não digo nada sendo que a tanto a dizer, tanto que eu queria gritar por ai nesse silencio insuportável. Nesse adeus mudo. Nem um pouco sentimental. Então me lembro do romance da Lygia Fagundes Telles em As Meninas, onde uma personagem fica a história inteira esperando uma ligação que não acontece. Mas eu não espero uma ligação. Espero sim, um e-mail, um scrap, um torpedo, um sei lá mais o que são tantas as tecnologias hoje, das quais você confere uma a uma de segundo a segundo pra descobrir sempre a verdade inevitável daquela voz na caixa postal do telefone. “Não há novas mensagens”.
E penso na idade de bruxa. A idade que toda a adolescente tem. Aquela de comprar revistinhas de horóscopo, que dizia a cor que você deveria usar a cada dia do mês e vinha milhões de simpatias. E vem aquela vontade de ser advinha, ler pensamento, ai já seria algo mais vampiresco?
Minhas unhas estão tão grandes que dói digitar, mas estou com dó de cortar, estou esperando a quebradura inevitável, ou esperando arrancar o olho de alguém. Na verdade estou esperando marcar algum cara como toda a mulher gosta, já no meu caso seria até sair um pouquinho de sangue, quem sabe até umas vísceras? Muito violento né. Falta de açúcar? Não, pior que não to co vontade de doce. Mas um beijinho...
TPM? Não passou já, ai quem dera ao menos saberia o que é.
A hora esta correndo e eu estou no mesmo lugar e sem sono. Sono que não chega logo ouvindo Vanessa. Essa boneca tem manual...
E onde foi que eu guardei o meu? Porque acho que tenho que entregar aos outros interessados, porque eles são mais complicados que eu. Que estranho.
E Ele Não Esta Tão A Fim de Você. Assisti e adorei! Adoro mais os sinais. Mulher realmente tem mania de sinal. Sinal aqui, ali, acula. Sinal em todo lugar. Sem piada, é sério. Sinais é tudo, sexto sentido nem me fale, pena que o meu sempre chega atrasado, quando vi já fui e já deu, ai lascou.
Ai que impaciência insuportável, nem eu estou me suportando. Se minha mente pudesse me pagava pelos cabelos e me sacudia como boneca de pano, me tava uns belos tabefes e diria “se controla, se controla”. Mas não pode. Mas em compensação grita que é uma beleza. Mas o corpo inerte, quer lá é saber de se acomodar num cantinho quente e nada mais. Revolto. Raivoso. Cansado. E esse sacode que não para nunca.
A consciência decidiu discutir com o coração e a luta ta boa. Não da pra saber quem vai levar a melhor, a consciência sempre tão paciente gritando feito fera enjaulada. Ai coração que bate e finge que não se importa sendo massacrado sem sentir, pela consciência sem piedade. Ai e eu queria apenas que parassem de gritar e me deixassem naquele estado letárgico. Por mim que se matem, não to mais ai pra ninguém. Ai que mentira, só não ligo pra amiga porque esta tarde. Ligo. Ligo. Ligo sim, se pudesse ligava todo dia pra todo mundo só pelo prazer de torrar a paciência deles. Dar uma de criança mimada. “Mãe eu quero aqueleeeee. ”
E quero agora. Mas então começa aquela melodia suave, a discussão cessa. As duas dão as mãos inconformadas, agora se revoltando contra mim. Mas que injustiça! Era só o que me faltava.
Amasso o pequeno anjinho junto com o diabinho e jogo eles no lixo, não quero mais suas opiniões bisbilhoteiras. Já chega. Vou fechar os olhos e viver um dia de cada vez.
Quando crescemos e começamos a perceber que a cada ano parece que tudo fica mais complicado. Acho que é porque penso demais e faço de menos. Tenho medo demais, de sobre, pra dar e vender e ainda terei estoque para 100 vidas.
E eu olhava pra minha mãe e repetia milhões de vezes que não queria crescer. Nem sabia da existência de Peter Pan, seus meninos perdidos e sua Terra do Nunca, mas não queria crescer de jeito nenhum. Mas cresci. E é tão bonito. Só que complicamos demais, quando envolve outra pessoa então, vixe...
To numa confusão só.
Não vejo a hora de começar o calor de novo, me sinto mais viva com o sol aquecendo a pele, aquela tarde abafada. Vou esconder todos esses casacos gigantes que me fazem parecer bolinhos de confeitaria.
Dançar na chuva e limpar toda essa confusão e ser apenas eu e ela, caindo pela pele, beijando cada poro.

sábado, 30 de maio de 2009

Botequim 2

Criaturas

"...Popey foi a feira comprar uma cadeira pra Olivia se sentar
A Olivia se sentou, a cadeira esborrachou
A coitada da Olivia foi parar no corredor..."


Esse trecho veio a minha mente hoje como se alguém houvesse aberto a minha caixa de Pandora. Faz tanto tempo desde essa época. Anos felizes da infância, recheados de desenhos que ficaram pra sempre no meu coração, e cantigas como ciranda-cirandinha. Eram tantos quais nós gostávamos.
Na minha época há treze anos, estava sempre correndo, andando de bicicleta no quintal, montando cabanas e casinhas debaixo da mesa da cozinha com as almofadas do sofá da sala, usava potes de margarina como panelinhas e massacrava matinhos do jardim de minha mãe para usar como comida. Meu brinquedo favorito era um boneco de uns 70 ou 80 cm, de plástico, desses que vendiam na feira perto de casa. O encaixe de uma das pernas havia quebrado e eu o amava mesmo com uma perna só. O chamava de Bruni. Não me pergunte o porquê do nome, e não precisa se preocupar que não darei esse nome ao meu filho se um dia tiver um.
Acordava cedo só pra assistir a Vovó Mafalda, adorava a Busca do Vale Encantado e os Contos de Fadas na Cultura, quando surgiu a TV Colosso, eu queria um cachorro igual a Priscila. Eu morria de medo de cachorros, e morria de medo do Fofão.
Minha mãe sempre cantava cantigas pra mim, e eu dizia que não queria crescer nunca. Pra sempre pequena com cinco anos. Meu pai sempre me trazia um pacote de bolachas Tostines sabor morango, nunca vou esquecer esse gesto. Hoje sou eu quem compra bolachas pra ele, mas não Tostines, só como Trakinas.
Mas os anos passam, e tudo vai se transformando, na minha época os desenhos mais legais, ao menos que eu acho que eram os mais legais, eram Ursinhos Carinhosos, Tim – Tim, O Fantastico Mundo de Booby, A Corrida Maluca, Tom e Jerry, Pica – Pau, Pernalonga e sua turma, Animaniacs, Lilica e Perninha, A Caverna do Dragão, Piratas das Águas Sombrias e muitos outros. Não havia nada de Meninas Super Poderosas e derivados que muitas vezes passam uma lição distorcida da vida na minha opinião.
Na minha época, brincávamos na rua a tarde inteira, bebíamos água de mangueira e todos na rua se conheciam. Merda, era um palavrão digno de ter a boca lavada com sabão. Nós nunca elevávamos a voz para nossos pais e escondíamos o boletim até o ultimo minuto inventando desculpas absurdas sobre seu paradeiro.
Hoje em dia, as crianças xingam seus pais e quem mais estiver na frente, trocam o futebol com vizinhos na rua, pelo vídeo game onde você treina suas habilidades de mira atirando em “inimigos”. As mães não criam mais seus filhos, tem de trabalhar pra ajudar nas despesas da casa. A comida chega com uma ligação, e o arroz e feijão foi substituído pelo pão com mortadela e coca-cola. Aos cinco anos a criança tem de aprender a dividir seu tempo, entre a escola integral, lição de casa, aula de línguas e um esporte ou atividade imposta pelos pais, a fim de deixá-los aptos e com um currículo mais elaborado para o futuro. Até onde isto é bom? Até onde o responsável por esse projeto de ser humano sabe separar a criança de um adulto mirim?
Os consultórios psiquiátricos de hoje cada vez mais atendem a um publico mais jovem. Crianças, obesas, depressivas, psicóticas e outras, são resultado de uma “boa ação” mal dosada. Na corrida do “meu filho é o melhor e eu farei pra ele sempre o melhor”, sai de controle quando “adultos” perdem a capacidade de assimilar que uma criança, tem de ser uma criança, para não se tornar um adulto problemático ou reprimido no futuro. E o termo de responsabilidade deve ser dado aos poucos, aumentando o peso conforme o desenvolvimento e capacidade daquele pequeno individuo, sem sobrecarregá-lo a ponto de gerar ressentimentos profundos de culpa com uma falha qual ele realmente não poderia corrigir. Ou sem torná-lo um individuo incapaz e inconseqüente.
As crianças de hoje, com a idade que eu tinha há 13 anos, tem responsabilidades de mais ou de menos, não tem senso sobre a realidade em volta ou até mesmo noção dos perigos do mundo lá fora, ou tem responsabilidades além de suas capacidades. Essas crianças querem ser sensuais e algumas aprendem cedo demais o caminho do sexo, gravidez, doenças e drogas. Respeitam cada vez menos a si mesmas e aos outros ou respeitam de mais e são incapazes de questionar qualquer ordem suicida que lhes dêem.
Cada vez mais, as crianças de hoje impulsionadas pela avalanche de besteirol que lhe são atiradas por toda a parte, se desenvolvem como falsos adultos, tornando-se pessoas de difícil convivência. Como um boneco de madeira, não importa o trejeito ou a face, por dentro estará sempre oco.
Não sei barrar esse aceleramento na criação desse tipo de pessoa, sei que superam as crianças, poucas crianças que conseguiram ter um bom desenvolvimento e que se tornaram boas pessoas. E eu estou dizendo boas pessoas, não grandes pessoas. Ser uma grande pessoa é fácil, ou por trapaças ou por conquistas, mas uma boa pessoa, uma boa pessoa de verdade, estas são muito raras.
Talvez se pensássemos um pouco mais antes de delegar algumas coisas a nossas crianças, se prestássemos uma verdadeira atenção nelas, quem sabe assim poderíamos ajudar esses seres humanos que sempre precisam de alguma orientação, a se tornarem adultos saudáveis e verdadeiros.

domingo, 3 de maio de 2009

Botequim

Vampiros a parte, vamos mudar um pouco de assunto. Acho que calha bem hoje uma seção boteco, ou botequim o que couber melhor a cada um. Não! Nada de pinga e etc... claro que se alguém quiser encher a cara nada contra. Hoje é falar por falar sem compromisso. Domingo, fim de tarde, aquela depre pelo fim de semana estar acabando...
Eu estava conversando com uma amiga esses dias atrás sobre o meu inconformismo a respeito de relacionamentos que eu vejo ao meu redor, de pessoas próximas, algumas queridas e outras nem tanto, e também pelo o que eu passo e outras amigas também.
Conheço uma porção de meninas legais que nunca encontram o cara certo. Não to dizendo certo pra casar, eu digo certo na maneira como ele age, do respeito, da amizade, e porque não da lealdade. Felizmente, tanto pra elas como pra mim é difícil encontrar um homem de verdade, um que queira namorar e curtir com você, sem aquele senso de obrigação ao qual denominaram o namoro.
Quando se fala em namoro pra uma pessoa do sexo masculino geralmente eles se arrepiam e arregalam os olhos como se alguém estivesse dizendo que atrás dele a um leão faminto prestes a devorá-lo. Que me perdoem os meninos. Mas fala sério né! De onde tiraram essa merda de absurdo? Pra mim ao menos, namoro não significa o fim da sua vida, é o começo de uma vida com horários mais apertados só isso.
Não sei bem explicar, mas acho que a definição não é casamento, é você gostar de alguém, e querer fazer tudo com aquela pessoa. Repito, não quero dizer anular sua vida. Eu sou amiga de um casal, que claro, tem seus problemas, obvio todos os casais tem, mas o que eu acho legal, é que eles são bem diferentes um do outro e estão conseguindo equilibrar muito bem suas diferenças. Claro que ambos sentem algo forte um pelo outro, talvez isso ajude bastante. Cada um tem seus estilo, preferências e gostos, e os dois cedem um a outro em momentos diferentes, se ele quer viajar com os amigos e ela não pode, não há problemas. Ou quando ela quer ir há uma das nossas inúmeras idas a Led Slay que eu adoro, ele que não gosto muito de rock e nem gostaria do lugar com certeza, deixa ela ir comigo e outras amigas sem problemas. Acho que o que também ajuda é o fato de ela não sair com as amigas dela, mas sim sair com as amigas dos dois. O que também é muito legal, sua amiga (o) começa a namorar e em vez da outra pessoa ser vista como uma extensão do seu amigo (a) ela se coloca também como seu amigo (a), isso é demais. Ai que entre o respeito e a confiança. Todos se conhecem, um sabe que o outro mesmo longe, esta em boas mãos e boa companhia. Por que fazer aquele drama ou joguinho sentimental, de ” sem mim você não vai”, “você não me da atenção”, “você pode ir, mas não pode dançar pra não chamar a atenção pra você”. É já ouvi muito isso, mas graças, nenhum foi pra mim. Isso é ridículo e na minha opinião é um passo bem grande pra termino de relacionamentos, e pra começo de mentiras também. Não conseguir conquistar os amigos e a família do parceiro (a) também gera conflitos graves. Eu não entendo como alguém pode colocar a pessoa que gosta contra a parede e pedir pra ele decidir entre você ou a família, nossa não entendo mesmo, principalmente quando essa pessoa nem faz um esforço pra se dar bem com seus amigos.
Pois é, eu tive a oportunidade e a infelicidade de ver como um individuo pode acabar com uma pessoa legal, e atualmente acompanho um processo desses, mas por ai há milhares.
Complicado, você ver uma pessoa que você adora mudar por causa de um relacionamento, mas não é mudar para melhor, e sim para pior. A pessoa se afasta, geralmente só lembra dos amigos quando briga com o parceiro (a), deixa a família de lado e as vezes gera brigas e discuções por situações completamente idiotas.
E se conselho fosse bom, não seria de graça, nessas horas a pessoa nem nos ouve, acha normal viver em função do outro.
“Ministérios dos amigos adverte, um relacionamento pode sim acabar com a sua vida”.

Já disse e repito pela milésima vez. A vida pode até mudar quando se namora, casa ou etc... Mas se anular jamais, deixar de ser você mesmo, nunca! Claro gente, que você começar um relacionamento e querer continuar na mesma rotina de solteiro é complicado não é?
Pra tudo precisa-se de um equilíbrio.
E quando um relacionamento assim não da certo? E o depois?
Voltamos lá em cima, quando mencionei amigas legais. Bem, ai depois de um relacionamento com um “bicho preguiça” (aquele que agarra um galho e não solta mais), a pessoa se traumatiza, ai acha que todos são iguais e se torna algo igual ou pior do que um dia enfrentou e submete um outro “desavisado” (apaixonado), ao mesmo tratamento que um dia recebeu. Quando se é a primeira vez, tudo pode piorar, acho que no caso dos homens ainda é pior. Mulher, sem querer puxar o saco, pode chorar, se matar de comer, mas se recupera, quanto aos homens eu ainda não encontrei um que realmente tenha dado a volta por cima, na verdade os que caíram numa armadilha de uma (um) menina (o) monstro, como amigos meus e eu apelidamos essas pessoas, ainda não se recuperaram, alguns até tentam, mas é tão difícil.
E quando você, uma pessoa legal, se apaixona por alguém que recém saiu de um relacionamento com uma pessoa monstro? O outro esta perdido, não sabe o que quer, não sabe se quer ficar com você ou se finalmente quer viver, e as vezes te machuca sem querer, ou por querer. Acabamos criando uma imensa bola de neve. Mas se o que dizem sobre brasileiro for verdade, não iremos desistir nunca, de encontrar alguém legal.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Continuação...

Novos Vampiros

A medida que os segundos escorriam pelo relógio e se transformavam lentamente em horas, eu sentia uma nova onda de espasmos dominar meu corpo, uma confusão mental iniciara a ânsia e o desconforto que eu vinha sentindo anteriormente. Aquele embrulho no estomago, as mãos suando frio. Fitei o corpo de Cristina no chão, não em choque, mas com uma sensação de vazio. Talvez ela não precisasse morrer. O que foi que eu fizera? Ela estava morta. Gelada no chão, com os olhos arregalados. Levantei-me. Só conseguia sentir-me enjoado e com um gosto estranho na boca. O que eu faria com aquele corpo? Não poderia ir preso. Ela era uma puta sem vergonha, fora apenas um crime passional. Mas a policia talvez não entendesse. Faltava o agravante do flagra. Agachei-me ao lado do corpo tocando com as pontas dos dedos a ferida no pescoço. As marcas sumiam a medida que esfregava a pele dela. Segui a direção dos seus olhos petrificados que observaram o tempo todo o fogão. Olhei para as panelas. Ela parecia ter me dado uma resposta, inconscientemente, mas me dera. Talvez desse certo. Aceitei aquele olhar como um perdão, e a perdoei também por ter estragado o nosso jantar daquela noite.
Acendi o fogão e deixei a comida borbulhando por um certo tempo. Um pano perto o suficiente da chama e esperei pegar fogo. Logo todo o lugar estaria em chamas. Fechei a porta da frente e me demorei na janela do nosso quarto onde eu pularia o muro para um terreno vazio na rua de trás. Dei uma ultima olhada no pequeno quarto pensando em levar alguma coisa.
Olhei nossa foto sobre a cômoda. Éramos tão jovens e tão inocentes. Eu era inocente. Achando que casar com a menina doce que crescera na mesma rua que eu e conquistara meus pais, resolveria todos os meus problemas. Olhei o maço de cigarro pela metade sobre a cômoda e não senti vontade de fumar pela primeira vez desde nosso casamento, a medalhinha da virgem que minha mãe me dera estava jogada entre as roupas sobre a cama. Não passava de um símbolo para mim, agora sem significado nenhum. O quadro do time de futebol na parede em cima da cama não passava de um recorte idiota de jornal.
Não havia nada daquela vida que eu gostaria de levar embora.
O cheiro de queimado me fez pular a janela de uma vez e ir embora sem olhar pra trás, ignorando o pandemônio que se formava na rua, com a fumaça e as chamas já visíveis.
Eu não sabia ao certo que tipo de mudança havia se operado em mim, mas sabia que era algo que não haveria volta.
Tinha poucas notas na carteira, mas não me surpreendi quando me vi entregando o dinheiro em um guichê em troca de uma passagem para longe dali. Tudo o que eu sempre quisera era arrumar minhas malas e ir embora daquela vida qual eu fora condicionado sem ao menos dar meu consentimento.
Primeiro a noticia da gravidez. Eu idiota como sempre fora, aceitei casar no mesmo instante, até hoje não sei se aquele bebê era meu ou não, acho que não era não. Casamento. Aborto. Espontâneo ou provocado? Não sei dizer. Casa própria. Hipoteca. Mais trabalho. Carro. Demissão. Dois empregos. Faculdade pela metade, conseguir concluir o curso fora a coisa mais árdua a se fazer. Principalmente com Cristina em casa reclamando sempre de alguma coisa. “Você chegou tarde... Você não me leva mais para sair... Nunca temos dinheiro para nada... Preciso de um descascador de ovo e blá blá blá”. Só coisas inúteis, e cobranças, nunca estava bom o suficiente. Nada estava bom. E eu trancado naquele escritório maldito, oito a doze horas por dia, enquanto aquela puta se divertia com todos os caras da cidade. Vagabunda!
Entrei no ônibus e me acomodei no fundo, perto do banheiro ao lado da janela. Sentia meu corpo estremecer de raiva com as lembranças. Mas então eu me acalmei ao saber que nada mais daquilo me pertencia. Que agora não havia mais Cristina, contas a pagar, vizinhos intrometidos, cobranças no escritório, porque eu nunca mais voltaria lá, não havia mais nada com o que me preocupar. E o fato de saber que o corpo dela estava virando cinzas me trazia um conforto sobrenatural, era quase como um gozo de tanto prazer. Acomodei-me melhor no acento. As madeixas loiras das quais ela se orgulhava tanto agora tinham virado pó. Ela toda não passava de pó. Nunca mais ouviria sua voz aguda e irritante me gritando pela casa.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Novos vampiros

Por Deus! Pensara que iria vomitar ao entrar naquela sala, o cheiro de carne podre dominava o local e invadia suas narinas as fazendo arder.
Olhou para o corpo ainda deitado no chão da sala, os lábios roxos entre abertos e os olhos arregalados. Os peritos ainda examinavam o homem de meia idade estirado no chão com o pescoço claramente deslocado.
Como haviam lhe avisado, estava do mesmo modo como os outros corpos que haviam encontrado nos meses passados.
As idades variavam, e com a exceção de uma mulher, os outros sete corpos, eram de homens. As idades variavam, mas a maior parte era constituída por homens idosos e de meia idade.
Raquel percorreu os olhos na pocilga em volta. O apartamento era um cubículo, com a sala conjugada com a cozinha, pratos com restos de comida apodrecida estavam espalhados pelo lugar. Os moveis eram pouco e precários, o lugar nunca deveria ter visto uma vassoura. Mas em uma prateleira no alto da estante, quase escondido, podia ver o que seria a cabeça de fios dourados de uma boneca. Definitivamente, aquilo não combinava com o homem de meia idade, estirado de bruços no chão, com a cueca arriada até os joelhos.
Saiu da sala não suportando mais o cheiro horripilante. Vira mais do que o suficiente para saber que aquela morte, não fora natural, ou causada por acidente domestico. Aquilo fazia parte da seria de crimes que vinham assolando a cidade e a deixando com um quebra-cabeça sem solução.
Um dos agentes viera apressado em sua direção com uma enorme e pesada caixa de madeira.
“Encontramos isso em um fundo falso no teto do banheiro”
Disse arrombando o cadeado e abrindo a caixa.
Todos tinham uma idéia do que havia ali dentro, mesmo assim mantinha a esperança de nunca ser o que realmente parecia ser.
Engoliu seco calçando uma luva de látex e mexendo cuidadosamente no interior da caixa.
Troféus. Bem guardados.
Deveria descobrir o autor daquela serie de assassinatos bizarros, mas torcia para que nunca encontrassem esta pessoa. Por mais absurdo que pudesse parecer, aqueles pervertidos haviam encontrado o fim que mereciam.
Fechou a caixa e olhou para o agente.
“Mande isto ao laboratório”

Espalhou as fotos no painel de todos os oito crimes imaginando como aquela pessoa poderia cobrir uma área tão grande e como ela estudava suas vitimas e as atacava sem ferir um inocente por engano. O mais intrigante era o imenso cuidado em não deixar pistas. Nenhuma das casas ou apartamentos, havia sido arrombado ou tinha alguma janela ou porta forçada. Não havia digitais, cabelos, pelos ou saliva no local, nem ao menos pegadas ou traços de alguma roupa ou agente químico. E todos sem exceção haviam morrido de ataque cardíaco, apesar de alguns serem mais saudáveis do que o departamento de policia inteiro junto. Era como se houvessem morrido de susto. Seus rostos contorcidos não podiam negar o susto. E as roupas intimas nos joelhos. Sentados, deitados, de joelhos. Todos com a roupa intima abaixada até os joelhos, mas não havia nenhum indicio de abuso sexual. Não havia marcas de luta, de nenhum tipo de violência.
Como entrar na casa de um estuprador de crianças, matá-lo de susto, e sair sem deixar pistas e sem ser notado?
Como?
Raquel se perguntou massageando as têmporas.

**

Observou ele entrar na casa e beijar a esposa no rosto. Ele afrouxou a gravata. Ela preparava o jantar.
Engoliu seco sentindo aquela náusea lhe dominar o corpo, junto com as lembranças, as lembranças que faziam sua mente doer. Respirou devagar, sentindo o coração voltar as batidas normais.
Ela deixara o jantar na mesa e saiu da casa. Saiu da casa como saia todas as terças-feiras em direção ao clube do livro na vizinha a frente. Como saia todas as quinta-feira sua mãe, para ir à reunião semanal de costura.
Ele a esperou sair. Verificou se a porta da frente estava realmente trancada e começou a desabotoar os botões da camisa enquanto chamava o nome doce. Suave, quase como um sussurro, como um carinho. Provocando arrepios iguais aos da lambida de um cão grotesco e faminto. A impotência. Saber o que vira depois sem ao menos ter chance de revidar. Sem ninguém pra ajudar, sem ninguém pra te ouvir, apenas sem ninguém.
A viu se encolher na cama dobrando os joelhos e tapando os ouvidos com as mãos.
...Ângela...
Uma lembrança traiçoeira sussurrou em seu ouvido a fazendo apertar os olhos. Quantas vezes não ficara naquela posição?
Ele bateu na porta insistentemente. As lagrimas escorriam pelo rosto pálido e assustado. As batidas ficaram intensas, insistentes, mais fortes.
Ângela encerrou as lembranças na mente fazendo o coração voltar ao normal.
Agora seria diferente. Ele não bateria mais na porta, nunca mais. Nunca mais.

ARSS.

domingo, 8 de março de 2009

Coisas empoeiradas.

Estes eu escrevi a um tempo atrás, quando se é ferido e não se pode fazer nada contra, quando a vingança esta fora de cogitação. Sim. Sou covarde. Algum problema com isso?
Não há nada pior do que descobrir uma mentira daquela pessoa que você confia.


"Se verdade fosse boa, ninguém contaria mentira"

As pessoas mentem, todos mentem, eu minto, você mente.
É inevitável! Às vezes o tempo todo, ou sem perceber.
Mas o que nos leva a isso?
Algumas pessoas mentem para protegerem você, ou outra pessoa, mentem pelo prazer de te ver sofrer, ou para te fazer rir.
A mentira afasta, coroe, penetra na carne e apodrece, torna-se visível...
É insaciável, suculenta, saborosa... todos já sucumbiram a ela, todos querem dar sua mordida na maçã.
E quanto mais descobrimos a verdade sobre essas mentiras, mais os muros a nossa volta cedem, as pessoas caem, o chão parece desaparecer sob nossos pés.
Mas se mentir fosse a solução, eu mentiria pra você e me sentiria melhor e você mentiria pra mim para que eu me sinta melhor.
Isso dói, quando se descobre, sempre dói. Todo mundo conta uma mentira que dói, mas cedo ou mais tarde, e não me diga que nunca fez isso. Não conte essa mentira.
Então prefiro, nem verdade nem mentira, deixar apenas na lembrança as coisas boas, que mesmo que a mentira tenha sombreado, vou guarda-las e aprender que as pessoas sempre vão mentir, independente do que aconteça, do que façam.
O que muda é o que você faz, o que você se permite tornar depois.
Mas não se engane, eu também vou estar no chão, me erguendo ao seu lado.
Vou bater a poeira da roupa e confiar outra vez, mesmo que pra isso, eu precise contar uma outra mentira.


*

Por que é tão difícil ser sincero?
As pessoas sempre mentem, o engraçado e que nunca sabemos o porque.
Diga-me o que fazer ou o que pensar?
Tem coisas que eu gostaria de entender.
Como eu posso acreditar no que você diz agora?
São tantas mentiras, as vezes acho que devo começar a mentir também.
O mundo é feito delas, mas o que não te destrói te fortalece, não é mesmo?
Mas e quando você já esta calejado? Cansado? Destruído e despedaçado?
O que eu posso dizer...
A coisas que eu gostaria que não me contassem, a coisas que eu não gostaria de descobrir.
Eu sempre preferi a verdade, mas ela não adianta mais, depois de mil mentiras.
As pessoas mentem. Tente encarar os fatos e volte pra realidade.
Tudo não passa de uma grande mentira.


Muitas pessoas me criticaram por causa dessa frase; se verdade fosse boa ninguém contava mentira. A questão é você conseguir entender que quando a frase fala em mentira, não é aquela mentira cabeluda e espantosa, mas sim aquelas pequenas. As pequenas que se tornaram tão comuns que as pessoas nem tem mais conciência de que são mentiras. São há elas que me refiro. A presunção das pessoas de se habituarem a algo tão vergonhoso que torna-se essencial ao seu dia a dia. Pior! Não percebemos.
Ah sim, eu também minto, e nossa, que Deus seja testemunha, minto bastante, muito, e as vezes descaradamente. Não é por diversão, se eu critico é porque não me sinto a vontade em conta-las. E não sinto mesmo. Mas acontece, tento ao máximo não persistir nisso, mas acontece, acontece com todo mundo. O problema real disso tudo é quando se torna um habito. Mas longe de mim ou de você, nos pendurarmos na forca. Tem pessoas que mentem porque tem medo, por prazer, por divertimento, ou as vezes sem saber o porquê.
Mas e se eu não precisasse mentir? E se as pessoas realmente pudessem encarar a realidade? Será que no fundo nós mentimos porque também precisamos delas?
Mas no fim de tudo, se você parar para analisar, se verdade fosse realmente boa, e se as pessoas soubessem lidar com ela, nunca mentiríamos.

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É no frio da noite que vem as maiores reflexões. No quarto escuro nos deparamos com nossos piores medos. O principal, sempre nós mesmos. Uma hora individual, indiferente se a uma pessoa ao lado ou não, a solidão mostra-nos o que podemos ser, ou até mesmo o que somos. São nesses momentos em que descobrimos o que não queremos que aconteça, se repita ou o que gostaríamos de fazer e não temos coragem.
Momentos em que não temos ninguém nos julgando, analisando ou esperando. O medo cresce, voltamos a ser crianças, sentimos falta do colo da mãe, admitimos nossos erros.
É no frio da noite em que choramos, abafando o soluço contra o travesseiro. Que olhamos pro lado e sentimos um vazio, ou o peito cheio. É quando percebemos a importância da vida, e de como ela pode não valer nada. Que lembramos de um desejo, ou de algo esquecido. Apertamos nossos olhos e pedimos a Deus e agradecemos a ele.
É no frio da noite que percebo o quanto fiz de errado, o que odeio, o que me fere. Onde eu descubro minha fraqueza, minha estupidez, minha falta de coragem. Que reconheço que sou melhor, independente, capaz.
É no frio da noite que me aqueço debaixo das cobertas, que escondo a lágrima quente, que solto a mente e tenho um amor de verdade. É no frio da noite que percebo, que não estarei sozinha.

sábado, 7 de março de 2009

1º Rabisco

Como o nome mesmo diz, Rabisco, acho que se pode perceber que a escrita aqui será variada, não vou me prender a assunto algum, apenas digitar textos sobre qualquer coisa que me despertar a curiosidade.
É apenas um cantinho que criei para treinar a escrita, não muito boa já aviso, e pra ter onde literalmente vaguear sem me preocupar com a opinião alheia.
Quem quiser fazer parte, seja bem vindo e sinta-se a vontade, não deixe de expressar sua opinião.

1º Texto.


Novos Vampiros


Senti o cheiro de sexo vindo dentre suas coxas assim que atravessei a soleira da porta da sala. Senti-me tomado por uma raiva incontrolável. Aquele cheiro era de caso antigo, mas só agora eu percebia. Estava adoentado por aquela semana, minha cabeça latejava e meu estômago se embrulhava toda vez que eu ingeria algo, mesmo estando com fome. Odiava médicos, mas já considerava a possibilidade de marcar uma consulta. Sentei no sofá observando seu andar dentro da camisola comprida de algodão. Falava algo sobre nossos vizinhos, fofoca de alguma briga entre as velhas no fim da rua, enquanto mexia nas panelas no fogão. Afrouxei a gravata sentido aquela onda de suor gelado molhar meu corpo. Estava com fome. Desabotoei a camisa e abracei Cristina por trás apalpando seus seios. Ela arfou me afastando. Mas não desta vez. Ou quantas vezes ela deixou de transar comigo após passar o dia na cama trepando com outro. Podia sentir o cheiro dele vindo do quarto. Novamente senti o bolo do estômago se revirar. Minhas pupilas dilataram ardendo com a luz da cozinha. Agarrei a puta pelos cabelos e a trouxe de volta. Seu cheiro invadiu minhas narinas, me provocando sensações estranhas. Sentia um desejo misturado com ódio e um pouco de sadismo. Ela gritou. Mas o que seria uma trepada a mais ou a menos no dia? Eu era casado com ela, sustentava todos os vícios daquela puta, o mínimo que poderia fazer era abrir as pernas quando eu quisesse. Beijei o pescoço a segurando contra a pia. Não adiantava se debater. Sentia-me com uma força que não me pertencia. Algo novo se operava em mim como um milagre. Era como sentir a cabeça cheia como um balão, e ser invadidos por todas as sensações ao mesmo tempo. O gosto da pele levemente salgada pelo suor, misturada ao perfume doce que usava. Percorri os dentes até um dos seios o sugando com força. Meus dedos pareciam mapear cada poro daquele corpo. Ela era jovem e doce. Fora tudo um pouco rápido demais para mim. A segurava forte pela cintura enquanto metia dentro dela em ritmo frenético. As sensações do orgasmo me atingiram ao mesmo tempo que sentia o gosto do sangue inundar minha boca. Uma sensação deliciosa. Uma sensação de sede saciada apôs uma longa corrida por um deserto. Aquele liquido quente com um gosto agridoce descia pela minha garganta aquecendo meu corpo. Larguei a massa inerte e sem vida sobre o piso frio da cozinha. Eu olhava o rosto contorcido entre a dor e o prazer, congelado no tempo. Desliguei o fogo das panelas e sentei em uma cadeira enquanto tamborilava os dedos sobre a mesa. Sentia-me incrivelmente calmo, ainda não havia decidido o que fazer com o corpo de Cristina, mas isso não me soava como um grande problema. Sentia-me lúcido, tranquilo, com uma grande paz de espírito e não estava mais com fome.
ARSS.
PS: Claro, nem todos os textos aqui apostados serão meus. Obviamente que tenho a permissão necessária para isso.